29 de abril de 2010

será que a receita funciona com yakult também?



eu li "o mundo de sofia" na quarta série. só esse fato seria suficiente pra me garantir alguns anos de análise, não pelo livro em si, mas pela criaturinha bizarra que eu era naquela época.

digamos que eu não era uma criança lá muito comum. minha família não é das mais normais, nossa rotina é bastante peculiar. isso é praticamente andar pelo colégio com uma placa de "oi, sou um saco de pancadas". e considerando que eu estudei da terceira até a sétima série num colégio ótimo onde, infelizmente o bullying era endêmico, eu não tive lá momentos muito fáceis. e dá-lhe mais alguns anos de análise.

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se eu pudesse, me acorrentava no farol de biarritz pra não voltar mais. não porque aqui seja melhor, ou qualquer coisa piegas relacionada ao lugar, mas porque eu gosto muito da pessoa que eu me tornei aqui.

tem gente que não gostou muito dessas mudanças, infelizmente. o que você faz quando alguém olha pra você e diz algo nas linhas de "antes a gente dizia algo e você sempre dava um jeito de nos agradar, mas agora você fica dando opinião e se impõe e a gente não gosta disso"? oi? no meu caso, fiz o seguinte: volte pra casa, encontre os amigos, faça uma festa, aproveite a neve, faça outra festa, aproveite a primavera e assim por diante. keep changing and carry on.

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não dá pra agradar todo mundo, e eu nem tento mais. agradar a mim mesma já me ocupa uma parcela de tempo suficiente. e, convenhamos, se eu não agradava quando pequena, não é agora que vou conseguir, né?

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aliás, uma receita ótima que vi no twitter: misture uma dose de Johnny Walker e dois copinhos de activia num copo alto com gelo e mexa. Pronto, você tem um refrescante "Cagando e andando".

3 comentários:

liber disse...

Gostei.

Você devia escrever mais, Simone.
Acho bacana isso de "eu gosto muito da pessoa que me tornei aqui".

Gosto muito da ideia de descobrir dentro de si algo que parece novo, mas que, se pensarmos bem, sempre esteve lá. Gosto da ideia de, de repente, nos surpreendermos com nós mesmos. E engraçado como um lugar novo ou um livro ou um acidente ou algo assim pode ser tudo que se precisa pra "explodir a represa".

Talvez o mais assustador seja saber que você não precisa se acorrentar a nada pra seguir em frente. Seja pra que lado você quiser.

Ah, mas desculpe a verborragia ou se pareço bobo. Estou passando por dias engraçados.

Keep walking.

;-)

Marilia disse...

Oi Simone,
O final deste post foi demais pra uma dose só... mas, não vou negar, eu gostei e rir muito.
Estava conversando exatamente sobre bullying na escola, com uma amiga que tem um filho de 3 anos.
Imagina se a gente se preocupava com isso no meu tempo de estudante ou no tempo que meus filhos frenquentava a escola??
Eu digo que sim. Nossos pais também tinham as mesma preocupações atuais com outros denominações, é claro.
E graças a Deus que a gente cresceu, amadureceu... acabei de lembrar de uma Peça de Teatro que vi aos 18 anos, "A Aurora da Minha Vida", com Marieta Severo, e que criticava exatamente que a infância da gente não é essa maravilha toda. Graças a Deus que tudo passa.
Beijos,
Marília.

Leleca disse...

Eu te amo, mas, ah, isso você sabe. E amo mais essa pessoa nova que eu não conheço muito bem porque ela quer se acorrentar no farol de Biarritz.

Sempre há a chance de ser uma pessoa nova e melhor, a gente só precisa é de uma desculpa pra isso. ^^