20 de fevereiro de 2009

agora só quero morrer de formas fáceis de explicar


a vida ainda está esquisita. tudo está normal no reino da noruega. (era noruega?)

anteontem eu saí da sala pra respirar porque tinha uma professora falando um bocado de besteira e eu, pra não interromper, decidi sair e dar um passeio. a mulher falava irritadíssima que "PATENTEARAM O AÇAÍ!!! OS AMERICANOS PATENTEARAM O AÇAÍ!!!". longe de mim ser direitista ou usa-lover, mas foi bem diferente, registraram a marca, uma patente é outra coisa, e PELAMOR, eu já me sinto chata só de ter começado a escrever sobre isso. 

aliás, taí outro problema da minha vida: propriedade intelectual. não, ninguém veio apreender meu hd de 750 gigas (no qual eu poderia morar, já que tem mais espaço que o meu quarto). o negócio é que o outro estagiário lá do escritório saiu, então as minhas horas aumentaram e a carga de trabalho também. e minha monografia é sobre infração de marca nos links patrocinados do google (oi?). e tô acompanhando o julgamento do pirate bay por blog, twitter, jornal, torcida, etc. tá hilário, até o momento. convenhamos que brigar com o pirate bay é pedir pra ser ridicularizado. e brigar legalmente com eles é um pezinho no suicídio profissional pra qualquer advogado. e duas meninas da minha sala mandaram currículo pra serem estagiárias no mesmo lugar que eu trabalho, o que quer dizer que eu teria que falar disso TAMBÉM na faculdade. eu gosto disso, mas estou mono-ciclo-temática-reduntante. kill me now, kill me now, kill me now, kill me now.


aliás, falando em kill me, eu PRECISO compartilhar o episódio mais ridículo das minhas férias. eu morro mas não deixo de contar isso pras pessoas, porque se na próxima vez eu efetivamente morrer em circunstancias tão bizarras, ao menos uma explicação vocês terão.


eu passei boa parte das férias em são paulo, fazendo monografia e comendo bolo o dia inteiro enquanto o leandro trabalhava. ele chegava, eu fazia janta (tentava, ao menos), etc, bem dona de casa.  no meio da semana, numa manhã bem parada, eu saí do banho e fui pro quarto me arrumar, enrolada na toalha e pingando água pra todos os lados. assim que eu cheguei no quarto, o notebook reclamou de falta de bateria (estava em cima da cama, preguiçosamente). peguei meu filho esfomeado, deixei a toalha em cima da cama, peguei o cabinho de energia e fui em direção à tomada. eu, pelada, notebook, cabo de energia. só que a tomada fica do lado da janela, no canto do quarto onde as minhas coisas estavam jogadas. de alguma forma loira e bizarramente descordenada, eu fui desviar de um par de tênis e pisei no cabo de energia. o notebook caiu em cima da cama e eu tropecei, em direção à janela. e bendita seja éris, deusa do discordianismo, que a janela do leandro, mesmo sendo baixíssima (uns 30 cm do chão) tem uma gradinha na parte de baixo, tipo uma varandinha. e eu bati que nem uma jacú com o corpo nessa gradinha, e sabe-se-la como não voei PELADA 9 andares até o chão.

imaginem vocês o leandro recebendo uma ligação no trabalho, com o zelador falando "oi, sua namorada acaba de se matar, pelada, pulando da janela". imaginem meus pais tentando entender. imaginem essa situação indo parar na tribuna. depois disso tudo, eu fico achando que metade das mortes da tribuna podem ser frutos de situações jacús assim. eu sentei na cama e chorei, e ri, e chorei, e ri... isso durou mais ou menos uma hora. 

lição do dia: só correr riscos jacús e desnecessários vestida.

9 de fevereiro de 2009

Little Boxes



Pois é, acabou a alegria. Essa semana voltam às aulas e eu ficarei o ano todo presa à PUC. O problema, na verdade, não é nem a PUC em si. Eu gosto de estudar, e como o curso está finalmente acabando, monografia, blablabla, eu até fico mais motivada a ir. O problema são as pessoas. L'enfer c'est les autres. Mesmo que eu tenha um grupo de amigos que preste, o resto ainda me deixa em agonia. E, nessas horas, bora escutar little boxes.

Little Boxes

Nara Leão

Uma caixa bem na praça, uma caixa bem quadradinha
Uma caixa, outra caixa, todas elas iguaizinhas
Uma verde, outra rosa e uma bem amarelinha
Todas elas feitas de tic tac, todas elas iguaizinhas

As pessoas dessas casas vão todas pra universidade
Onde entram em caixinhas quadradinhas iguaizinhas
Saem doutores, advogados, banqueiros de bons negócios
Todos eles feitos de tic tac, todos, todos iguaizinhos

Jogam golf, jogam pólo, bebendo um bom martini dry
Todos têm lindos filhinhos bonequinhos engomadinhos
As crianças vão pra escola, depois pra universidade
Onde entram em caixinhas e saem todas iguaizinhas

Os rapazes ficam ricos e formam uma família
Todos eles em caixinhas, em casinhas iguaizinhas
Uma verde, outra rosa e outra bem amarelinha
E são todas feitas de tic tac, todas, todas iguaizinhas


Alguém me tira da minha agonia, please?